A Marcha Nacional pela Reforma Agrária, convocada pelo MST e demais movimentos da Via Campesina para o próximo dia 17 de abril, será adiada. Segundo matéria publicada na Agência Carta Maior, também foram cancelados os atos de lançamento da marcha nos estados, programados para o dia 15 deste mês. A exceção será o estado de São Paulo, onde a Assembléia fará uma homenagem aos 30 anos da Comissão Pastoral da Terra [CPT], que contará com a participação dos movimentos sociais. Na semana passada, a Fenajufe divulgou, em sua Agência de Notícias, a realização da Marcha, com o objetivo de mobilizar a categoria e os sindicatos de base a participarem das atividades em seus respectivos Estados. Agora com a alteração, logo que for divulgada nova data pelo MST, a Federação informará a todos o calendário das mobilizações regionais.
Segundo o coordenador nacional do MST, Gilmar Mauro, o principal motivo do adiamento da marcha, que sairia de Goiânia e seguiria até Brasília – onde chegaria por volta do dia 3 de maio -, é o envolvimento da Igreja, importante parceira da Via Campesina na luta pela reforma agrária, em atividades ligadas à escolha do novo Papa.
Ainda segundo Mauro, os movimentos não definiram a nova data, mas garantem que a marcha acontecerá com os programados 10 mil participantes, e uma pauta extensa de reivindicações.
“O anúncio, no último dia 06, da recuperação de R$ 400 milhões por parte do Ministério do Desenvolvimento Agrário [MDA] [cujo orçamento sofreu um contigenciamento de R$ 2 bilhões no início do ano] não vai mudar em nada a nossa posição frente ao governo. O valor ainda é insuficiente para cobrir o déficit das s de reforma agrária não cumpridas de 2003 e 2004”, afirma o coordenador do MST.
De acordo com documento do movimento, as principais reivindicações da marcha serão o cumprimento da de “assentar 430 mil famílias sem terra, até final do mandato, conforme prometido no Plano Nacional de Reforma Agrária; garantia do princípio da precaução e não liberação do plantio comercial de qualquer semente transgênica, antes que se tenha pesquisas de suas conseqüências para o meio ambiente e para a saúde das pessoas; punição exemplar de todos os fazendeiros responsáveis pela violência contra os trabalhadores e federalização do julgamento dos processos de assassinato; aprovação imediata da lei de expropriação das fazendas com trabalho escravo”.
Além disso, a marcha também se manifestará contra a política econômica do governo, exigirá a não assinatura do acordo da Área de Livre Comércio das Américas [Alca], a aprovação da regulamentação do Plebiscito Popular, projeto de lei [nº.4718/2004] apresentado pela OAB e CNBB, a democratização do uso dos meios de comunicação de massa no país, e a revisão das concessões políticas e a liberação do uso das rádios e tevês comunitárias.
Fonte: Fenajufe, com Agência Carta Maior