Recomposição salarial: Fenajufe e Sindicatos avançam na discussão da luta

Servidoras e Servidores do Poder Judiciário Federal e Ministério Público da União avançaram na discussão acerca da construção da greve da categoria em defesa da recomposição salarial. O tema foi debatido na reunião da Diretoria Executiva da Fenajufe com participação ampliada a sindicatos filiados, realizada no início da noite da quarta-feira, 19 de janeiro. Pelo Sintrajusc participaram os coordenadores Paulo Roberto Koinski e Laércio Bonamigo e a coordenadora Maria José Olegário.

A Ampliadinha – como é conhecida essa modalidade de reunião – teve o objetivo de avaliar o momento frente a evolução do quadro em que se se insere a luta pela recomposição salarial ante os últimos desdobramentos.

Pela Fenajufe, participação das coordenadoras Juscileide Rondon, Lucena Pacheco Martins e dos coordenadores Charles Bruxel, Evilásio Dantas, Fabiano dos Santos, Fernando Freitas, Luis Cláudio Ramiro López, Roberto Policarpo e Thiago Duarte.

Com a mesa sob coordenação de Fabiano dos Santos e Thiago Duarte, na abertura foi explicada a dinâmica do encontro e a pauta – conforme divulgado aos sindicatos – com foco na recomposição salarial, incluindo aí as estratégias de ação, até a construção da greve do segmento.

Através dos sindicatos chegaram informações sobre as dificuldades de ampliação do debate da greve pela recomposição salarial devido a fatores que vão desde o isolamento por força do home office forçado pela pandemia, a até mesmo a apreensão de muitos servidores e servidoras em fazer greve, temendo represálias por parte de gestores e chefias nas unidades em que estão lotados.

Mas também veio dos sindicatos um grande ajuntamento de ideias viáveis e possíveis para que esse isolamento e temor sejam quebrados na construção da luta pela recomposição salarial. Ações como a rodada nacional de assembleias locais para discutir a greve ou a possibilidade de realização de uma reunião Ampliada da Fenajufe ou ainda o resgate das lutas passadas pelos PCSs poderão ser implementadas como forma de mobilizar a categoria.

Palestras

A reunião contou ainda com a participação dos assessores da Fenajufe junto ao Fórum Permanente de Carreira do CNJ, o economista Washington Lima e o consultor Luiz Alberto dos Santos, que trouxeram informações para subsidiar o debate da recomposição salarial.

Coube a eles os cálculos que mostraram a razão do índice de defasagem salarial de 19,99% divulgado, como referente aos três anos do Bolsonaro. Ou ainda, o total do percentual de perdas acumuladas ao longo dos últimos anos. Deles também veio uma triste constatação: há dinheiro sobrando no Poder Judiciário que permita a recomposição. Mas a disputa é política sobre o uso da sobra orçamentária e é nesse cenário que a Fenajufe terá que se movimentar.

Diante da repercussão junto aos sindicatos, a Fenajufe já prepara ciclo de divulgação que inclua as palestras dos assessores, com objetivo de clarear ainda mais o tema para o conjunto da Categoria.

Encaminhamentos e calendário

Resultado das discussões no encontro, as propostas apresentadas pela Fenajufe e pelos sindicatos na Ampliadinha serão agora enviadas com o relatório aos sindicatos para conhecimento amplo, bem como tomados alguns encaminhamentos.

Já o calendário de mobilização proposto foi assim estabelecido:

– 24 a 28/01 – Rodada de Assembleias para que os sindicatos apresentem o material da exposição aos filiados sobre a possibilidade de reajuste;

– 27/01 – Plenária Nacional dos Servidores Públicos Federais;

– 02/02 – Ato em Brasília por ocasião do retorno do recesso legislativo e judiciário (se a pandemia permitir);

– 07 a 11/02 – semana de mobilização virtual nacional;

– 14/02 a 25/02 – Entrar em estado de greve/ participar da jornada de mobilização, paralisações e luta em prol da isonomia/ recomposição salarial;

– 09/03 – Indicativo de Greve Geral do Funcionalismo Público.

Luciano Beregeno, da Fenajufe