Por Imprensa
No último dia 12 de fevereiro, o Sintrajud/SP lançou uma campanha de combate ao assédio moral. Segundo o sindicato, que já vem discutindo o tema há um bom tempo com a categoria, uma pesquisa será distribuída nos locais de trabalho para que os servidores respondam o que pensam do assunto e se já foram vítimas de assédio. Essa é a primeira etapa da campanha.
Com a campanha, o sindicato lembra que ao longo dos últimos anos, a prática do assédio moral tem crescido assustadoramente no Judiciário Federal. Estudo elaborado pela médica do trabalho e funcionária da Justiça Federal de São Paulo Rosely Timoner Glezer, em 1999, sob o título “Estigmatização e Sofrimento Mental dos Funcionários de uma Empresa Pública Judiciária Federal”, já alertava as administrações para o problema. “Mas nada foi feito. O assédio aumentou e com ele os afastamentos por licenças médicas decorrentes de depressão e stress”, diz matéria publicada no Jornal do Judiciário, do Sintrajud.
A campanha do Sintrajud pretende combater tal prática – caracterizada quando o trabalhador é exposto à situação humilhante ou constrangedora de modo repetitivo e prolongado – e demonstrar que o Judiciário Federal não é o único espaço de trabalho onde a mesma ocorre.
Na mesma matéria, o sindicato afirma que até mesmo dentro da Organização Internacional do Trabalho (OIT), órgão mundial de regulação das relações trabalhistas, tal prática vem sendo denunciada. A economista Lena Lavinas obteve em um tribunal interno da Organização das Nações Unidas (ONU) determinação de abertura de uma sindicância para apurar suas denúncias contra o diretor do Programa de Segurança Socioeconômica, Guy Standing.
A economista alegou sofrer violência psicológica e ofensas à dignidade por parte de seu chefe, durante o período em que trabalhou como analista sênior em políticas sociais entre 2000 e 2003. Segundo Lavinas, a Organização não cumpriu ainda a decisão judicial e ela pretende abrir outra ação, desta vez na Corte Européia de Direitos Humanos. Outros 87 casos de assédio moral contra funcionários da entidade já haviam sido relatados ao ombudsman da OIT.
A diretoria do Sintrajud/SP será assessorada pela médica do trabalho Margarida Barreto, especialista no assunto e autora do livro “Violência, saúde, trabalho – Uma jornada de humilhações”; pela psicanalista Maria Lúcia Amaral; e pelo departamento Jurídico do sindicato. Os servidores do Judiciário Federal em SP poderão fazer denúncias à coordenação jurídica do Sindicato.
Fonte: Fenajufe com informações do Sintrajud/SP