A Fenajufe se reuniu ontem (22) com a conselheira desembargadora do CSJT Ana Paula Tauceda Branco para discutir a proposta de reestruturação da Justiça do Trabalho, proposta em minuta pelo Conselho
Estiveram presentes os coordenadores representantes do segmento da JT, Fabiano dos Santos, Ramiro López, Roberto Policarpo e o advogado Paulo Freire, da Assessoria Jurídica Nacional (AJN). A Fenajufe solicitou a retirada de pauta, da minuta da sessão do dia 25.
Para os dirigentes, a reunião foi produtiva e positiva. Segundo eles, a conselheira se mostrou bastante sensível ao tema e afirmou que nesse momento de pandemia, a prioridade dela é proteger a vida dos servidores, juízes e toda a comunidade jurídica que cerca a JT. Nesse sentido, vai ponderar sobre o pedido e promete ouvir a presidência do Conselho para uma avaliação final.
A Federação entende que é necessário um debate mais amplo com o segmento para apreciação da proposta que, se aprovada, vai promover reestruturação nas carreiras da JT e trazer prejuízos para servidoras e servidoras.
No Encontro Nacional das Servidoras e Servidores da Justiça do Trabalho da Fenajufe, realizado no dia 6, os participantes assinaram uma carta que foi protocolada no Conselho, onde pleitearam, entre outras, tempo para o debate mais aprofundado da proposta.
Preocupação de servidores(as) e magistrados(as)
Continuando a luta na defesa da Justiça do Trabalho, a segunda reunião da tarde foi com a desembargadora Anne Inojosa, conselheira do CSJT. Na pauta, os prejuízos que podem impactar servidores e servidoras bem como magistrados da Justiça do Trabalho, ante a proposta de minuta.
Participaram os(a) coordenadores(a) Juscileide Rondon, Fabiano dos Santos, José Aristeia, Luiz Claudio, Roberto Policarpo e Ramiro López, acompanhados pela assessoria Jurídica Nacional, com o advogado Paulo Freire.
Novamente foi defendida a necessidade da retirada de pauta da sexta-feira, da minuta, para que haja mais tempo de discussão acerca dos efeitos da resolução para servidores e servidoras. Outra preocupação manifestada é que a proposta, em si, pode impactar ainda no papel social e histórico que representa a Justiça do Trabalho.
A Fenajufe destacou que as preocupações apontadas pela conselheira também são preocupações dos servidores, trazidas ao encontro da categoria, mostrando a disparidade de realidades muito complexas.
Anne Inojosa se mostrou muito preocupada com os efeitos da resolução, citando como exemplo a própria unidade na qual se insere, em Alagoas, onde a limitação trazida pela minuta levaria à redução do número de servidores e o consequente prejuízo no atendimento à população.
A conselheira sustentou que não só os servidores estão preocupados, mas também juízes e desembargadores já manifestaram essa preocupação e que essa situação precisa ser bem debatida.
Ao final, a desembargadora se colocou à disposição para, na sessão de sexta-feira, pedir vistas do procedimento para que o debate seja feito de forma mais completa e aprofundada.
Participação nas discussões
Ainda na maratona para dilatar o prazo e ampliar a discussão sobre a minuta de resolução que reestrutura a Justiça do Trabalho – que provoca muita apreensão a servidores(as), conselheiros(as) e magistrados(as) – a Fenajufe avançou ainda mais no debate. Após reunião com as conselheiras Ana Paula Tauceda Branco e Anne Inojosa, agora o encontro aconteceu com a ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Kátia Arruda, também conselheira do CSJT.
Desta vez, o coordenador Roberto Policarpo e o advogado Paulo Freire, da Assessoria Jurídica Nacional da Federação, representaram a Fenajufe.
Mais uma vez o argumento da Fenajufe, na defesa de se conseguir mais prazo para a discussão, é a extrema complexidade do tema frente à diversidade de realidades enfrentadas pelos Tribunais em todo o país. Situações específicas que são solução para um representam dano para outro.
Muito objetiva, a ministra disse saber que essa minuta foi a mais debatida em sua elaboração e quis saber se houve participação da Fenajufe no processo, ao que foi explicado que a Federação solicitou participar da Comissão que debateu as mudanças, mas teve a participação rejeitada.
Roberto Policarpo relatou que após a solicitação ao então presidente do TST/CSJT, ministro Brito Pereira, em maio de 2019, o pedido foi pauta de encontro com o ministro Augusto César Leite de Carvalho, à época coordenador do GT destinado a atualizar os estudos da padronização da estrutura organizacional e de pessoal dos órgãos da JT de primeiro e segundo graus (Ato CSJT.GP N° 92/2019). A Fenajufe informou que houve a promessa de participação dos debates como convidada. Porém, a promessa não se materializou e apenas em maio deste ano é que a Federação recebeu a minuta para avaliação, quando então articulou as reuniões com o Juiz Auxiliar da Presidência do CSJT, Rogério Neiva.
Quanto ao pedido por “mais tempo” para discussão da proposta, Roberto Policarpo explicou que a posição da categoria, aprovada em encontro nacional realizado em 5 de junho, é pela retirada da pauta e que o debate deveria ser feito apenas após a pandemia, de forma mais direta. Caso não seja possível, que a votação aconteça em agosto, permitindo alguma melhora na discussão dos termos da minuta. Isso porque a minuta foi apresentada à Federação em maio, os debates regionais e o encontro nacional dos servidores em junho, impedindo discussão aprofundada acerca de tema de extrema complexidade para a Justiça do Trabalho.
A reunião foi encerrada após a troca de informações, porém, sem uma posição manifesta da ministra.
Nesta quarta-feira, 23, a Fenajufe continuará as reuniões com outros Conselheiros, ao longo do dia, na tentativa de evitar que a minuta seja votada já na sexta-feira:
11h – Conselheira Maria Cesarineide de Souza Lima
15h – Ministro Vieira de Mello Filho
17h – Desembargador Conselheiro Sérgio Murilo Rodrigues Lemos
17h30 – Ministro José Roberto Pimenta
Joana Darc Melo e Luciano Beregeno, da Fenajufe