Por Imprensa
O coordenador da campanha “Quem Financia a baixaria é contra a cidadania”, deputado Orlando Fantazzini (PT-SP), confirmou ontem (13/12) que o próximo ranking será divulgado em janeiro de 2005. Desta vez, a lista trará, além dos piores programas, o nome das empresas que anunciam nos respectivos horários.
O deputado Fantazzini esteve reunido, na semana passada, com representantes da Fiat, da Kaiser, da Associação Brasileira de Anunciantes (ABA) e do Ministério Público. A intenção do encontro era conscientizar os anunciantes de que eles são tão responsáveis pela baixa qualidade dos programas exibidos quanto quem os produz.
O quinto ranking da campanha, anunciado em novembro passado, pela Comissão de Direitos Humanos da Camâra dos Deputados, trouxe a já encerrada novela de Carlos Lombardi, Kubanacan, no topo da lista com 130 denúncias fundamentadas. Na aferição anterior, Kubanacan estava em quarto lugar. Para alcançar a “liderança” do ranking, a novela global foi acusada de abusar de “apelo sexual, incitação à violência”, e de estar sendo veiculada em “horário impróprio”.
Gugu Liberato manteve o segundo lugar no ranking com seu Domingo Legal, com 117 denúncias. O programa de Gugu foi acusado de “apologia ao crime, apelo sexual, desrespeito aos valores éticos e morais da família”.
A novela da Globo, Celebridade ficou em 3º lugar, com 108 denúncias.
Embora não tenha o que comemorar, Ratinho pode se sentir aliviado. Seu programa, que liderava o levantamento anterior, caiu para a 4ª posição, com 104 denúncias.
No total, dos dez programas denunciados, seis são da Globo, dois do SBT, um da Rede TV! (desdobrado em dois: Canal Aberto e Eu Vi Na TV) e um da Band.
A coordenação da campanha recebeu ofício do juiz federal Pedro Francisco da Silva, do Acre, que comunica a decisão da Justiça Federal do Estado de obrigar a mudança de horário do programa “Zorra Total”, da Rede Globo. O programa vinha sendo exibido no Acre às 19 horas e não às 21 horas, em razão do fuso horário e do horário de verão.
A campanha elogiou a decisão do juiz. “A sociedade precisa de determinações como essa, para garantir que os programas sejam exibidos em seus devidos horários”, comemorou o deputado Orlando Fantazzini. Esta não foi a primeira troca de horário de um programa de TV por conta das recomendações da Campanha.
Há três meses, o promotor João Lopes Guimarães Júnior, da Justiça do Consumidor de São Paulo, propôs uma ação civil pública contra programas como “Brasil Urgente”, da Bandeirantes, e “Cidade Alerta”, da Record. O Ministério Público de São Paulo requer que esses programas sejam exibidos apenas a partir das 22 horas.
O programa do Ratinho, no SBT, vai passar por mudanças radicais a partir de fevereiro – o quadro com os testes de DNA, que expõe as pessoas ao ridículo, por exemplo, está com os dias contados. Nos sete rankings da Baixaria já divulgados pela campanha, o Programa do Ratinho foi sempre apontado como um dos que mais desrespeitam os direitos humanos.
Fonte: Espaço Vital