Por Imprensa
A maioria dos trabalhadores do mundo ainda não alcança uma segurança econômica capaz de garantir bem-estar pessoal, o que resultaria em estabilidade social de seu país. Este é um dos principais destaques do relatório Segurança Econômica para Um Mundo Melhor, realizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e que classifica o Brasil em 39º lugar em condições de vida do trabalhador.
Divulgado no último dia 19/11 pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP), o estudo é baseado em depoimentos de mais de 48 mil trabalhadores e de cerca de 10 mil empresas, que serviram para determinar um Índice de Segurança Econômica (ISE) em noventa países, nos quais se concentram 86% da população mundial.
De acordo com o critério utilizado para medir o grau de segurança econômica, as condições no mercado de trabalho foram analisadas sob sete formas: oportunidades de emprego e a sua vinculação com a política macroecômica; proteção contra demissão arbitrária e demais variáveis que implicam no corte do empregado; os meios de propiciar a qualificação; os mecanismos de garantir que o trabalho não comprometam a segurança e saúde; educação e formação; proteção dos rendimentos e participação coletiva por meio de sindicatos e associações.
Os resultados indicaram que os países mais competitivos são os que mais atendem a esses itens. No topo da lista estão os países escandinavos – Suécia, Finlândia, Noruega e Dinamarca – seguidos por Holanda, Bélgica, França, Luxemburgo, Canadá, Irlanda, Áustria, Espanha, Portugal e Reino Unido. O Brasil ocupa a 39ª posição, atrás da Argentina, em 37º lugar. Os Estados Unidos vêm em 25º.
O estudo destaca ainda que a América Latina é a região mais desigual do mundo em distribuição de renda. Incluindo o Caribe, o continente sofreu quarenta crises econômicas, apenas entre 1980 a 1998, o que implicou numa queda de 4% no Produto Interno Bruto (PIB) regional.
O relatório foi apresentado em conjunto por dois representantes da OIT, Guy Standing, diretor do Programa de Segurança Socioêconômica desse organismo e o economista José de Figueiredo. Ambos salientaram, do documento, que o principal fator determinante da felicidade nacional não é o nível de renda e sim o grau de segurança econômica, medido em termos de proteção da renda e de um baixo nível de desigualdade entre os rendimentos.
Para José de Figueiredo, o Brasil está em uma posição intermediária. Ele opina que se recupere a premissa de buscar a eliminação da pobreza por meio da segurança econômica, “para ver se, com essa perspectiva, as políticas sociais possam tomar um rumo que seja produtivo”.
Fonte: Agência Brasil