O Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) lançou nota pública denunciando que o Facebook desativou “arbitrariamente a página da Campanha em Defesa do Serviço Público Contra a Reforma Administrativa levada a cabo pelos servidores públicos federais”. A entidade ressalta que a desativação ocorreu em um momento crucial, “em que o governo Bolsonaro e a maioria do Congresso Nacional buscam prejudicar o povo brasileiro novamente”.
A página da campanha sofreu uma primeira desativação temporária na manhã do dia 30 de setembro, data de diversas manifestações contra a reforma em todo o país e seria usada para fazer uma transmissão, e foi reativada no período da noite do mesmo dia. Depois, no dia 8 de outubro, o Facebook enviou ao Fonasefe nova mensagem de desativação, sob a seguinte alegação: “Você não pode usar o Facebook porque a sua conta, ou a atividade nela, não seguiu os padrões de nossa Comunidade. Nós já analisamos essa decisão e ela não pode ser revertida. Para saber mais sobre os motivos pelos quais desativamos contas, acesse os padrões da Comunidade”. E nada mais.
Na nota, o Fonasefe explica que a reforma administrativa proposta por Paulo Guedes acabará com os concursos públicos, ampliará a terceirização e a privatização de serviços públicos essenciais como saúde e educação. Isso aumentará a desigualdade social e a corrupção no país, “com a destruição desses serviços e com o aumento dos cabides de emprego”.
O Facebook, em vários, países, tem se notabilizado por fazer vistas grossas a manifestações de direita e ultradireita, como grupos supremacistas, enquanto tira do ar e censura conteúdos vinculados a direitos de trabalhadores e trabalhadoras. Como afirma a nota do Fonasefe, “Nos últimos meses que o Facebook tem restringido as postagens políticas e isso atinge diretamente as organizações sindicais e os partidos de oposição ao governo Bolsonaro. Apesar de ser uma organização privada, o Facebook não está acima da Constituição brasileira, que defende o direito à liberdade de expressão”.
Para o Fonasefe “está muito claro o motivo da desativação da página da campanha: trata-se de perseguição política e cerceamento ao direito à liberdade de expressão, como temos observado, por exemplo, em bloqueios das redes sociais de Mark Zuckerberg contra outras campanhas políticas e eleitorais do campo progressista”. O Facebook está cerceando que “ataca diretamente os interesses políticos do governo e dos empresários do país, que desejam destruir os serviços públicos com a Reforma Administrativa para que o povo seja obrigado a pagar por serviços privados”.
Com informações do Fonasefe