Por Imprensa
Reunida na segunda-feira, dia 1º/11, em São Paulo, os integrantes da Executiva Nacional dos Bancários decidiram indicar a aceitação da proposta apresentada pela Fenaban nas assembléias que devem ocorrer até a próxima terça, dia 9/11. Em São Paulo, onde está a sede do maior sindicato regional da categoria, a assembléia acontece nesta quinta-feira (4/11) a partir das 19h. Também hoje, às 18h, acontece a assembléia dos bancários do Rio de Janeiro e às 19h a de Porto Alegre e região. Já os bancários da Bahia realizam assembléia geral extraordinária na sexta-feira.
A decisão da Executiva nacional foi unânime por entender que o processo de negociação já se esgotou. Na semana passada, após quatro dias consecutivos de reuniões, os banqueiros alteraram um item da proposta apresentada anteriormente à greve. A alteração foi na cesta-alimentação extraordinária, que teve seu valor elevado de R$ 217 para R$ 700, a serem pagos após a assinatura do acordo.
Os demais itens da proposta foram mantidos pelos banqueiros, como o reajuste de 8,5%, mais R$ 30 para quem ganha até R$ 1.500, o que eleva o reajuste para algumas faixas para até 12,77%. Em relação à Participação nos Lucros e Resultados (PLR), a proposta é de 80% do salário, mais R$ 705 fixos, sendo que o pagamento será de 60% do montante 10 dias após a assinatura da Convenção e 40% do valor até março de 2005, limitado ao valor de R$ 5.009,45. Os bancos devem distribuir no mínimo 5% e no máximo 15% do lucro.
Em relação aos dias parados, a Fenaban propõe que sejam compensados até 31 de janeiro de 2005. Após esta data, será zerado o saldo remanescente. Os dias já descontados dos salários serão estornados.
Todos os integrantes da Executiva votaram pela orientação de aceitação da proposta. Ela é composta por representantes da CNB/CUT, Fetec/CUT-São Paulo, Fetec/CUT-Santa Catarina, Feeb Rio Grande do Sul, Feeb São Paulo/Mato Grosso do Sul, Feeb Rio de Janeiro e Espírito Santo, Feeb Centro Norte, Fetec CUT Nordeste, Feeb Bahia/Sergipe.
“Apesar da intransigência dos bancos, que se utilizaram de interditos e violência para barrar a greve, da estratégia da Contec de dividir a categoria recorrendo ao TST e do descaso do governo, o resultado da campanha é fruto da luta dos bancários, que durante 30 dias resistiram às pressões e realizaram a maior greve da categoria dos últimos anos”, avalia Vagner Freitas, presidente da CNB/CUT e coordenador da Executiva Nacional dos Bancários.
Banco do Brasil
A Comissão de Empresa dos Funcionários já solicitou ao Banco do Brasil o pagamento da diferença do reajuste salarial referente aos meses de setembro e outubro e mais o pagamento do abono de R$ 1000, determinado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). “Queremos que o dinheiro seja depositado na conta dos funcionários nos próximos dias”, explicou Marcel Barros, coordenador da Comissão.
Nesta sexta-feira, às 15h, o Banco do Brasil e a Executiva Nacional dos Bancários se reúnem em Brasília para a retomada das negociações específicas desta Campanha Salarial. Este é o primeiro encontro entre a empresa e os funcionários desde o julgamento do dissídio, no dia 21 de outubro.
O Tribunal Superior do Trabalho mandou o Banco do Brasil pagar R$ 1000 de abono para todos os funcionários, além do reajuste de 8,5% para todos e mais R$ 30 para quem ganha até R$ 1500. O acórdão com a decisão do TST foi publicado na quinta-feira passada.
Como o TST só julgou o índice de reajuste, cerca de cinqüenta cláusulas já negociadas com o BB durante a Campanha Salarial ficaram em suspenso e precisam ser renegociadas. “Não vamos aceitar a retirada de nenhum benefício e a última proposta apresentada será o patamar das negociações”, finalizou Marcel.
Também já foram solicitadas a abertura de negociações com as direções da Caixa, do Banco da Amazônia e do Banco do Estado do Piauí.
Orientações jurídicas
A CNB já remeteu às entidades sindicais as orientações jurídicas para convocação de assembléias e procedimentos. As entidades podem verificar a publicação das orientações da seção Comunicados do site da CNB.
Fonte: CNB/CUT