O PLP 39/2020 – projeto de auxílio emergencial a estados, municípios e o Distrito Federal – que foi utilizado pelo governo e parte do Congresso para atacar os servidores públicos com congelamento salarial por 18 meses, vai ser discutido com todos os 27 governadores por videoconferência nesta quinta-feira (21). O presidente Jair Bolsonaro chamou os governantes para uma reunião e, a pedido de Paulo Guedes, vai tentar convencê-los a aceitarem a suspensão de reajustes ao funcionalismo por um ano e meio.
O parecer às modificações realizadas na Câmara foi aprovado no último dia 6 de maio no Senado com 80 votos favoráveis.
No texto aprovado, algumas categorias ficaram de fora do congelamento. Além dos profissionais de saúde, de segurança pública e das Forças Armadas, foram excluídos os trabalhadores da educação pública, servidores de carreiras periciais, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, guardas municipais, agentes socioeducativos, profissionais de limpeza urbana, de serviços funerários e de assistência social.
No entanto, Bolsonaro disse que vai vetar o trecho do projeto que libera reajuste para essas categorias.
Mais desrespeito
Paulo Guedes, ex-banqueiro investigado por fraudes em fundos de pensão, não esconde há muito tempo seu desprezo pelo serviço público. Depois de comparar servidores a parasitas, fevereiro, durante entrevista coletiva na sexta-feira (15), pediu que os servidores não “assaltem” o país. “É inaceitável que tentem saquear o gigante que está no chão, que usem a desculpa para saquear o Brasil”, disse.
Num momento em que o Brasil está com 271.885 mil casos confirmados e se aproxima dos 18 mil mortos pela Covid-19 (números de hoje), o governo se esquece dos servidores da saúde que estão atuando na linha de frente no combate ao novo coronavírus, além dos que estão expostos, exercendo suas atividades nas ruas, como Agentes de Segurança e Oficiais de Justiça; ou ainda dos que em regime de teletrabalho estão mantendo a Justiça funcionando para o cidadão e, ainda, do empenho dos profissionais da educação.
A tônica do governo continua sendo o ataque aos trabalhadores – tanto da iniciativa privada quanto do serviço público – e retirada de direitos enquanto o país sucumbe diante do avanço da pandemia.
A Fenajufe já colocou no ar campanha de valorização do serviço público nas redes sociais. Além disso, a Frente Parlamentar Mista do Serviço Público em reunião virtual, na segunda-feira (18), deliberou pela retomada da campanha em defesa do funcionalismo com outras entidades.
Raphael de Araújo, da Fenajufe
Foto: GOVESP/Fotos Públicas