O Palácio do Planalto foi obrigado a um recuo nesta segunda-feira, 20, e anotou mais uma derrota impingida pelos trabalhadores.
Ante a caducidade da MP 905 – Contrato Verde Amarelo – e o risco de não ser votada no Senado por pressão dos trabalhadores organizados em entidades de classe (associações, sindicatos, federações, confederações e centrais, dentre outros), o governo revogou a medida.
O recuo mostra que o Planalto sentiu a pressão feita sobre o Parlamento, desidratando apoio e levando a própria base governista a sugerir a reapresentação de texto, sob o argumento de “mais tempo para a Casa (Senado), propor melhorias”.
Ao buscar revogar MP na iminência da caducidade, o governo tenta mascarar a derrota no Parlamento e assim, evidencia a importância da mobilização na defesa dos direitos dos trabalhadores.
Mas um novo documento já está em finalização pela equipe de Paulo Guedes e os alertas são para que a classe trabalhadora se mantenha atenta a novos ataques.
Consultores das entidades sindicais avaliam ser grande a possibilidade de o conteúdo da atual MP 905 ser disseminado em diversas outras MPs e projetos em tramitação.
Um possível caminho a ser adotado pelo governo é a edição de nova MP para o tema, mas com aplicação apenas enquanto durar a pandemia do novo coronavírus.
Plantonista da semana, o coordenador Cristiano Moreira apontou o recuo com uma vitória da luta organizada. “É uma vitória muito importante dos trabalhadores na luta em defesa de direitos, mas não pode significar de forma alguma baixar a guarda. É importante permanecer mobilizado, porque tanto o Congresso quanto o governo já demonstraram que não terão escrúpulo algum, se for necessário ameaçar mais uma vez nossos direitos”. O dirigente avalia ainda que a crescente perda de apoio político de Bolsonaro em função dos arroubos de irresponsabilidade também contribuiu para a caducidade da 905.
Também na avaliação do coordenador Edson Borowski, no plantão da semana na Fenajufe, a vitória de agora será seguida de resistência. “A derrubada da MP 905 é uma derrota do governo Bolsonaro e seu fantoche Paulo Guedes, no projeto de destruição dos direitos do/as trabalhadore/as. Sabemos que será apresentada outra MP que deverá manter os prejuízos, mas resistiremos”, pontua.
Luciano Beregeno, da Fenajufe