Por Janice Miranda
Jornalista Seeb Floripa
O Sindicato dos Bancários de Florianópolis e Região (Seeb Floripa) vai levar o teatro para as agências para sensibilizar os clientes, a respeito da exploração das instituições financeiras à sua clientela e a seus trabalhadores.
Dirigentes sindicais, acompanhados de uma trupe teatral vão percorrer agências da Capital e de São José durante todo o horário de atendimento bancário, das 10 às 16 horas, apresentando esquetes para ilustrar com arte, a situação absurda de altas taxas de rentabilidade dos bancos e baixos salários dos bancários.
Segundo o Seeb Floripa, um levantamento feito pelo Banco Central mostra que o faturamento do sistema financeiro, só nas receitas com prestação de serviços, aumentou 54,56% entre 2001 e 2003. Nos cinco maiores bancos (BB, CEF, Bradesco, Itaú e Unibanco) os ganhos foram ainda maiores, chegando a 66,15%. Nesta conta, estão embutidas as exorbitantes tarifas cobradas dos clientes.
Para se ter uma idéia de quanto os cofres dos banqueiros estão cada vez mais abarrotados, basta lembrar que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), no mesmo período, foi de apenas 32,43%.
Mas a facada não pára por aí. Dados do primeiro trimestre de 2004 revelam que os bancos continuam saltando na direção dos lucros ilimitados. Entre janeiro e março, eles faturaram R$ 7,645 bilhões com serviços, ou 18,51% a mais do que em igual período de 2003.
Com isso, a receita oriunda da cobrança de tarifas já é suficiente para cobrir as despesas com pessoal de todo o sistema financeiro. No caso de alguns bancos, o dinheiro que vem dos serviços dá para pagar os atuais funcionários e ainda contratar muitos outros. O Bradesco, por exemplo, ganhou R$ 1,3 bilhão nos três primeiros meses do ano e gastou R$ 1,1 bilhão em folha de pagamento. No Itaú, a diferença é ainda mais absurda: R$ 1,4 bilhão de receita, contra R$ 773 milhões de despesas com pessoal.
Fonte: Seeb Floripa com informações do balanço dos bancos