A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e a Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), duas das maiores e mais representativas organizações indígenas do país, divulgaram um manifesto em repúdio à política indigenista do Governo Federal.
Preocupadas com a “crescente violação dos direitos dos povos indígenas no Brasil por causa do descaso, da morosidade, omissão e conivência explícita do governo [federal]”, as entidades afirmam no documento divulgado na última terça-feira (03) que o Poder Executivo “não mostrou é agora sinais que mostrassem postura firme na implementação de uma nova política indigenista, sintonizada com as demandas históricas, as reais necessidades e aspirações dos povos e organizações indígenas do Brasil”. Em vez de cumprir compromissos de campanha, o governo “tem atendido mais às pressões de grupos políticos e econômicos interessados em explorar as terras indígenas e os recursos naturais nelas existentes”, diz o manifesto.
Na prática, reclamam os índios, as portas do diálogo foram fechadas para os povos indígenas, “a ponto do presidente do órgão indigenista federal, a Fundação Nacional do Índio (Funai), Mércio Pereira Gomes, dizer que não reconhece as organizações indígenas como interlocutoras”.
A inoperância do governo na defesa intransigente dos direitos indígenas, segundo a Coiab e a Apoinme, “tem favorecido o crescimento e fortalecimento das ações de setores e parlamentares antiindígenas dentro e fora do Congresso Nacional, interessados em reverter os direitos conquistados na Constituição Federal de 1988”.(Agência: Carta Maior)