Por Marcela Cornelli
A polêmica em torno da liberação do plantio da soja transgênica no Brasil continua gerando polêmica. Nesta terça, durante a cerimônia de instalação e posse dos membros da Comissão Nacional de Biodiversidade (Conabio), o assunto voltou à tona.
Na avaliação da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o país não precisa de medidas paliativas e sim de uma solução definitiva que proteja os interesses ambientais e econômicos do Brasil. “Não somos contra o cultivo de transgênicos, desde que haja o devido licenciamento ambiental. O governo passou os últimos oito anos discutindo medidas paliativas que não resolveram a questão”, afirmou a ministra.
O secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, foi ainda mais enfático. “Nossa posição é clara. Neste momento não há espaço para medida provisória”. Ele defendeu o plantio da soja convencional e questionou os argumentos dos produtores do Rio Grande do Sul de que estaria faltando sementes para a safra 2003/2004 e que o plantio da soja convencional aumentaria o custo da produção. “Existe semente de soja convencional disponível e a tecnologia de produção é a mesma”, afirmou.
Segundo o secretário, na safra passada o governo não tinha opção, ou queimava a soja transgênica plantada ilegalmente ou autorizava, como foi feito, sua comercialização por medida provisória. “Agora existe a opção de plantar a soja convencional e não existe mais o benefício do fato consumado”, disse. Ele lembrou ainda que o plantio da soja transgênica não está proibido. “O que está proibido é o plantio de transgênicos sem o devido licenciamento ambiental”, disse.
João Paulo não confirmou declarações do governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, de que a decisão política de liberar o plantio da soja transgênica já está tomada e é apenas uma questão de tempo. “Ao contrário do que afirmou o governador, a decisão ainda não está tomada”, disse. O secretário negou que a postura do Ministério do Meio Ambiente seja uma posição isolada dentro do governo. “Temos o apoio de diversos de Ministérios para a implantação de uma lei duradoura e definitiva, sem a adoção de medidas paliativas”, garantiu.
Fonte: Agência Brasil