Quanto custa a aprovação da reforma da Previdência? R$ 2,5 bi, até agora

Para aprovar a reforma da Previdência ,o governo deve liberar a bagatela de “dois bilhões, quinhentos e cinquenta e um milhões de reais” em emendas parlamentares. O levantamento é da ONG Contas Abertas e foi publicado na edição de ontem (9) de O Globo.

Até a noite da segunda-feira, 8, em duas edições extraordinárias do Diário Oficial da União (DOU), já haviam sido liberados R$ 1,13 bilhão em 37 portarias, todas para a área de Saúde.

Enquanto governo e parte dos parlamentares tramam contra os trabalhadores, na outra ponta trabalhadores buscam barrar as armações do Planalto e de Rodrigo Maia (DEM/RJ). Em esforço concentrado em Brasília, servidores do PJU e MPU, de delegações vindas dos sindicatos da base, pressionam os deputados a votarem contra a reforma. Mesmo com as dificuldades de acesso à Casa, já é forte a presença dos servidores. Fortemente mobilizados, realizaram um ato no Salão Verde e ali mandaram o recado, principalmente sobre os prejuízos que a reforma trará aos trabalhadores. A cada deputado governista ou declaradamente apoiador da PEC 6/2019 que atravessava o saguão, os manifestantes entoavam brados de ordem como “40 milhões” – referência ao valor liberado por parlamentar em emendas – ou o grito em defesa das mulheres, extremamente penalizadas na reforma: “Essa reforma é opressora, retira direitos da mulher trabalhadora”.

Mobilização

Ao longo do dia os servidores do Judiciário Federal e MPU, lado a lado com os demais segmentos representativos dos trabalhadores, se organizaram na abordagem de deputados. A cada corpo-a-corpo, a exposição de motivos contra a reforma buscava apresentar não só a defesa do funcionalismo público, mas também destacar a piora na vida dos trabalhadores da iniciativa privada. Estes, quando não impedidos de acesso ao direito pelas restrições que a nova regra traz, precisarão abrir mão de parte da renda mensal para bancar planos de aposentadoria privada, sem a menor garantia de rentabilidade.

Isenções para garantir ruralistas

Na última sexta-feira, na reta final da votação do parecer do relator da proposta na Comissão Especial, foi aprovado um destaque que devolveu, conforme constava no texto original, ao setor agrícola a isenção da cobrança previdenciária sobre exportações agrícolas. Com isso, a reforma perdeu R$ 84 bilhões da economia prevista em dez anos, mas o governo garantiu votos dos parlamentares da bancada ruralista.

Fonte: Fenajufe (fotos) e Sintrajufe com edição do Sintrajusc