Por Marcela Cornelli
Leia abaixo notícias do V CONGREJUFE:
A avaliação do governo Lula e os desafios que os trabalhadores precisam enfrentar neste momento foram pontos que marcaram os discursos de abertura do 5º Congresso da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União, ontem (28/4) pela manhã.
O representante do PCdoB, Marcelo Malta, primeiro orador a falar, citou a realidade do servidor público e destacou a necessidade desse setor fortalecer sua luta e organização sindical depois de dez anos de neoliberalismo, “no qual o serviço público foi um alvo central”.
Marcelo disse ainda que Alagoas não é a terra de Collor (que alias nasceu no Rio de Janeiro, ressaltou), como muitos se referem a ela, mas de Zumbi dos Palmares, herói da luta contra escravidão, e de Graciliano Ramos, entre outros grandes brasileiros. Por fim, fez uma referência aos 20 anos da campanha Diretas-Já e dos 40 anos do golpe militar de 1964, que impôs duas décadas de ditadura no país.
“Vamos fazer o Maio Vermelho dos servidores”
O vice-presidente do diretório estadual do PT, João Marinho, destacou a importância do evento e disse que o Partido dos Trabalhadores não se furtará de ser um interlocutor entre os movimento sociais e o governo federal.
Em seguida, Ricardo Barbosa, do PSTU, concentrou seu discurso na defesa da organização dos servidores e dos trabalhadores em geral para enfrentar o governo Lula e criticou os dirigentes sindicais e militantes da esquerda que se negam a identificar quem é o responsável pela atual situação do país. “Não podemos lutar contra inimigos invisíveis, precisamos identificar quem está do nosso lado”, disse. “Que esse congressos seja um congresso no qual vocês identifiquem quem é o inimigo de vocês. E que não deixem o governo Lula derrotar os servidores públicos federais”, finalizou.
Dirigente da CUT de Alagoas, Luiz Gomes, o Luizinho, iniciou seu discurso criticando a agressão dos Estados Unidos contra o Iraque e a proposta de criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) – “Como barrar a Alca? Como conseguir terra ara a reforma agrária? Camaradas, só existe uma saída: a unidade da classe trabalhadora. É possível lutar respeitando as diferenças”. O representante da CUT disse que, assim como os sem-terra fizeram em abril, é preciso fazer “maio vermelho dos servidores”.
Representante do sindicato anfitrião, o Sindjus (AL),José Moraes Júnior deu as boas-vindas citando o Antonio Gramisci: “Crise é a morte do velho e o nascimento do novo”, disse o filósofo. “Não dá para negar que vivemos um momento de crise, gerada no primeiro dia de posse, ou talvez até antes, na eleição de Lula”, disse Moraes.
“Não foram raros os momentos em que ouvimos eles dizendo que tem que fazer a reforma mesmo, tem que acabar com o servidor público”, recordou o dirigente sindical de Alagoas. “O grande desafio vai ser superar a nossa própria crise de identidade, de referência”, prosseguiu. “Mas eu acredito no movimento, na sua capacidade de reação, e que este é apenas um momento mórbido em nossas vidas”, afirmou. E conclui citando Dom Pedro de Casaldáliga, arcebispo de São Félix do Araguaia: “Somos os eternos derrotados das causas impossíveis, esperamos ser um dia vitoriosos, mas que seja das causas impossíveis”.
Coordenador da mesa de abertura, o diretor da Fenajufe Adilson Rodrigues encerrou os discursos parabenizando todos os que lutaram pela conquista da revisão do PCS (Plano de Cargos e Salários), agradecendo os funcionários de apoio ao Congresso e desejando um resultado vitorioso para o evento. “Temos grandes tarefas a cumprir, o momento é de polêmica e de crise, mas as crises nos oferecem oportunidades”, disse.
Também compuseram a mesa e saudaram os congressistas a representante da Afiteal (Associação dos Fiscais do Trabalho de Alagoas), Maria Gevalda Toledo, e Josimar Melo, do Sindpol (Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas).
A abertura terminou coma apresentação do Mestre Benon (Guerreiro de Alagoas), tradição folclórica de Alagoas que remte à representação das Cruzadas.
Fonte: FENAJUFE