Por Marcela Cornelli
Uma pesquisa realizada pelo Programa Nacional DST/Aids do Ministério da Saúde revelou que a velocidade de crescimento da infecção entre as mulheres já é nove vezes maior do que entre os homens. Para cada 1,8 homem infectado há uma mulher com o HIV.
A constatação preocupa os técnicos do programa, que atribuem com causa principal do problema as dificuldades encontradas na hora da prevenção. De acordo com a pesquisa, enquanto 75,1% dos homens relataram o uso consistente do preservativo nas mulheres essa taxa caiu para 17,9%. O número de óbitos entre o sexo feminino também está caindo numa proporção 2,4 vezes menor do que entre os homens.
O motivo seria a demora em fazer o teste para detectar o HIV. Em 2002, por exemplo, 35% das mulheres que morreram por causa da Aids tiveram menos de 12 meses de vida entre o diagnóstico e o óbito. As regiões Sul, Norte e Nordeste são as que mais registram o aumento da taxa de mortalidade.
No Brasil, cerca de 80 mil mulheres brasileiras são HIV positivo, número que corresponde a quase 30% do total de casos registrados desde a década de 80. O Ministério da Saúde oferece tratamento gratuito a 138 mil portadores do vírus, 35% do sexo feminino.
O governo também repassa anualmente R$ 3 milhões para que estados e municípios desenvolvam ações específicas para o controle da doença em mulheres, desde a prevenção até o controle da transmissão vertical (de mãe para filho). Também está prevista para este ano a distribuição de 127 milhões de preservativos, um incremento de 143% em relação ao ano passado. Destes, 4 milhões serão de preservativos femininos.
Fonte: Agência Brasil