Por Marcela Cornelli
Acatando determinação da Justiça de Chapecó, o Sinpofesc (Sindicato dos Policiais Federais no Estado de Santa Catarina) retirou todos os policiais federais grevistas do prédio da delegacia de Polícia Federal em Dionísio Cerqueira, fronteira com a Argentina.
“Houve um absurdo por parte dos delegados, insinuando que nós iríamos invadir o prédio”, lamenta o presidente do Sinpofesc, Edison Tessele. “Nada disso foi ou seria feito, nossa greve é ordeira e pacífica”, completa. “Politicamente, até foi melhor, porque assim a responsabilidade fica toda sobre os delegados”, analisa.
A decisão da Justiça Federal de Chapecó – atendendo a um pedido de interdito proibitório com pedido de liminar da Advocacia-Geral da União (AGU) – proíbe que os policiais federais em greve ingressem na delegacia de Dionísio Cerqueira, sob pena de multa diária de R$ 15.000,00 para o sindicato. A ação da AGU tem base num pedido dos delegados de polícia Federal de Dionísio Cerqueira, chefiados pelo delegado Eduardo Mauat da Silva, que alegavam temor “turbação da posse” do imóvel da União, como se os policiais federais fossem vândalos ou coisa do gênero.
O comando de greve ordenou o imediato cumprimento da ordem judicial e o serviço de plantão foi entregue ao delegado Mauat, passando o controle da segurança das instalações e a custódia de quatro presos aos cinco delegados lotados naquela unidade.
A diretoria do Sinpofesc enviou ofício ao juiz federal de Chapecó informando que a indicação dos plantonistas, pelo comando de greve, ao contrário do alegado pela AGU, era justamente para garantir a segurança física dos equipamentos e instalações da PF e que o comando de greve tinha a função de manter uma interlocução com a administração da PF para solucionar casos emergenciais.
“Chegaram a pedir que ficássemos distante 200 metros do prédio, mas isso a Justiça não aceitou”, explica Tessele. Os grevistas estão acampados em frente à prefeitura de Dionísio Cerqueira, que fica em frente à delegacia de Polícia Federal.
Fonte: Sinpofesc