Em entrevista nesta segunda-feira, 29, apenas um dia após Jair Bolsonaro (PSL) eleger-se presidente, seu principal assessor e futuro ministro da Casa Civil, Onix Lorenzoni (DEM), defendeu uma reforma da Previdência ainda pior do que a proposta por Michel Temer (MDB).
Em fevereiro, graças às mobilizações dos trabalhadores, o governo Temer desistiu de sua proposta de reforma da Previdência, que, na prática, acabaria com o direito à aposentadoria de milhões de brasileiros. Agora, o futuro ministro da Casa Civil quer um ataque ainda mais drástico. Na entrevista concedida à Rádio CBN, chamou a reforma de Temer de "remendo" que "não duraria cinco anos": “vou repetir: o que está hoje no Congresso faz um ajuste de curtíssimo prazo, não dura cinco anos esse alívio”. “Eu defendo que ele [Bolsonaro] faça de uma única vez, lá quando ele já for o presidente e algo proposto para que dure 30 anos".
Na mesma entrevista, Lorenzoni afirmou que o primeiro passo será separar a Previdência da assistência social, o que descaracteriza a aposentadoria como parte da rede de proteção social. O objetivo oculto, como já era o de Temer, é fortalecer os bancos privados a partir da Previdência privada, destruindo a Previdência pública e jogando na pobreza quem trabalhou a vida toda. Os servidores públicos, é claro, devem ser o primeiro alvo.
Mesmo sem sabermos exatamente como será o trato do governo Bolsonaro com os divergentes, precisamos, desde já, estarmos alertas e prontos para as mobilizações que certamente serão necessárias. O contexto é difícil, mas nossa única arma é e será nossa luta coletiva, e o mesmo caminho que trilhamos no enfrentamento à reforma de Temer precisará ser seguido no próximo período.
Com informações do Sintrajufe e Sintrajud