#OcupaBrasília, eu fui

Leia relatos de servidores da base do Sintrajusc que  participaram do histórico Ato realizado dia 24 de maio em Brasília contra a destruição das leis trabalhistas e da previdência.

“Participei da manifestação em Brasília no dia 24/05, e o que vimos lá foi algo impressionante, contagiante e animador. Uma marcha gigantesca, com pelo menos 150 mil pessoas oriundas de centenas de categorias de trabalhadores, de tudo quanto é canto do Brasil, todos juntos e misturados. Por  omissão dolosa  da grande imprensa, quem lá não estava não pôde ter a dimensão grandiosa do fato histórico, ficou com a intuição de anarquia. A opção pela violência não foi dos trabalhadores organizados por meio das Centrais sindicais. Um pequeno grupo deslocado  dos 150 mil entendeu que a violência era o caminho: agindo por conta própria, atrapalhou.  Podem omitir (a imprensa), mas ocorreu,  não foi fraco, e assustou!!! Eu acredito!!! Nenhum direito a menos é possível. Vamos à luta, custou muito caro, ao longo da história, conquistar direitos civilizatórios mínimos, que no momento pretendem trucidar na velocidade da luz.”

Eder Braulio Leone – Justiça do Trabalho

 

“Vou falar do que vi: os manifestantes já foram recebidos pela polícia na rodoviária com revistas. A polícia militar (não era exército) cercou toda Esplanada, inclusive com placas de plástico que depois foram usadas como escudo pelos manifestantes quando as balas começaram. A manifestação saiu do estádio Mané Garrincha em direção ao Congresso. A polícia militar do Distrito Federal impediu a continuidade da passeata, e alguns manifestantes, em número insignificante em relação ao total, que me pareceu passar de 150 mil, tentaram forçar a passagem e foram reprimidos de forma descomunal. A partir daí começou uma chuva de bombas de gás sobre toda a manifestação, balas e spray de pimenta. Um grupo rapidamente se organizou e partiu para os ministérios, enquanto o resto dos manifestantes recuou para o gramado em frente à catedral. A polícia militar continuou a jogar bombas e tinha muita correria. No final da tarde, os manifestantes retornaram em passeata para o estádio Mané Garrincha e, ao passar pela rodoviária, novo confronto com a polícia militar. Segundo informações, houve cerca de 40 feridos sendo atendidos nos hospitais. Segundo relatos, pois não vi, no final chegaram caminhões com o exército. Quero afirmar que apesar dessa desmedida repressão, a manifestação foi a maior que já vi. Na minha opinião, a repressão e o decreto do governo sobre uso das Forças Armadas são resultado do susto que eles levaram com a quantidade de manifestantes.”

Lucia Haygert – Justiça do Trabalho

 

“O Governo Temer tentou impedir a manifestação cívica no ato do dia 24, para isso foi acionado o aparato militar armado e de inteligência. Foi uma ação covarde contra os trabalhadores que estavam ali para reivindicações legítimas e justas.

Não obstante a mídia apresentar à sociedade uma imagem inverídica de baderneiros, o objetivo dos trabalhadores foi alcançado, uma vez que o número de participantes surpreendeu até mesmo os organizadores do evento, o que, por si só, demonstra a indignação e o grito preso na garganta do povo. Ademais, os "Poderes Republicanos" foram atingidos em cheio na sua percepção, haja vista as alterações nos discursos e comportamento das atividades tanto nas Casas Legislativas quanto nos demais Poderes.

Cabe frisar, ainda, que, após as revelações de crimes praticados pelo Presidente da República no exercício de seu mandato, também tornou-se insustentável sua permanência no Poder.

O recado foi dado, a classe dos trabalhadores não aceita as ditas "reformas" da Previdência, Trabalhista, etc. Ninguém reforma a casa para ficar pior, tampouco sem consultar seu próprio dono.

O ato cívico do dia 24, portanto, foi expressão mais do que legítima de democracia.”

Devair Esmeraldino – Justiça Federal

 

“A manifestação do dia 24 de maio foi histórica, com 150 mil pessoas, de várias categorias, reunidas em prol da defesa de direitos trabalhistas e previdenciários, dentre outros. O governo demonstrou sua truculência utilizando-se da força para impedir que manifestantes se aproximassem da "casa do povo". Fiquei orgulhoso em participar desse momento tão importante para nossa nação.”

Alexandre Lapagesse – Justiça Federal

 

“O ato contra as "reformas" do dia 24 de maio foi impressionante e marcante. Um mar de 120 mil pessoas de todo Brasil na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, manifestando-se pacificamente. Forças de segurança do Distrito Federal acompanharam serenas e à distância. Fizeram revistas e agiram nos poucos excessos e casos isolados de violência, como depredações e pequenos incêndios de patrimônio público e barricadas. Mercenários infiltrados ("black blocks") provocaram a polícia, para desmerecer os justos e pacíficos do movimento, sem êxito. Foto do incêndio no INSS em 2005 foi divulgada para jogar a opinião pública contra o ato. Sou grato ao Sindicato por vivenciar esta página histórica do País.”

Henry Muratore de Oliveira – Justiça Federal