Por Marcela Cornelli
A greve dos carteiros em SC atinge 80% de adesão. Ontem foi dia de manifestações na Capital, comandadas pelo Sindicato dos Trabalhadores na Empresa de Correios, Telégrafos e Similares (Sintect), em atos que reuniu dezenas de profissionais concentrados principalmente em frente à agência central dos Correios. Os carteiros pedem uma reposição salarial de 62,28% e um piso de R$ 1,5 mil. “Estamos desde 1994 sem aumento de salários enquanto alguns setores da própria empresa foram beneficiados com reajuste absurdos”, criticou o presidente do Sintect, José Carlos Martin.
A forte adesão da greve levou a um remanejamento no esquema de entrega de correspondências. As cartas comuns não estão sendo entregues e o Sedex priorizado. A greve dos carteiros é nacional e atinge 21 Estados. “Essa paralisação será por tempo indeterminado e ser uma das maiores de todos os tempos nos Correios”, projetou Martin.
Enquanto os trabalhadores pedem 69,28% de reajuste, a empresa oferece 4% e um aumento de R$ 0,50 no vale-alimentação, que passaria de R$ 10,50 para R$ 1,00. O piso salarial dos carteiros é de R$ 395,00 para uma jornada de trabalho diária de oito horas. Os trabalhadores pedem um piso de R$ 1,5 mil. Mas o que está revoltando os carteiros é o tratamento diferenciado dado pela empresa nos reajustes. “Algumas funções de chefia tiveram aumentos entre 40% e 250%. Para os carteiros nada”, criticou Martin. Segundo ele, o faturamento dos Correios no ano passado chegou a R$ 406 milhões. Além do reajuste, os carteiros pedem redução de jornada, insalubridade, estabilidade e melhores condições de trabalho. Em Santa Catarina, a empresa tem 3.126 funcionários.
Fonte: Jornal A Notícia