Por Marcela Cornelli
A proposta do governo tentar por fim à greve dos médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) não agradou à Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência. O presidente da entidade, Eduardo Almeida, afirmou ontem que o único entrave nas negociações é a remuneração. Os médicos estiveram ontem com o ministro da Previdência, Amir Lando, para uma nova rodada de negociações.
Os médicos decidirão sobre o fim da greve hoje durante a plenária do Conselho Federal de Medicina.
O governo alterou pouco do que já havia apresentado aos grevistas na reunião anterior, ocorrida na terça-feira. A única concessão foi um aumento de 5% nas remunerações até o final da estruturação da carreira em dezembro de 2006.
“Hoje um médico em final de carreira ganha R$ 1.176,00 como vencimento básico. Nossa proposta nesta reunião é que o valor possa chegar a R$ 3.730,00 em dezembro de 2006. O acordo que tínhamos feito antes era que um médico em final de carreira com jornada integral de 40 horas receberia R$ 4696. Na terça-feira, quando propusemos alongar por mais um ano a estruturação da carreira foi com a finalidade de poder chegar a este valor”, explicou o vice-presidente da Associação dos Médicos Peritos da Previdência Social, Luiz Carlos Argolo.
Argolo acredita que, se a situação for mantida, há o risco de esvaziamento dos quadros devido à possibilidade de aposentadoria. “O valor proposto não foi o acordado anteriormente. Como temos um número muito alto de médicos que já podem se aposentar, é possível que haja um esvaziamento, com risco de quebrar o próprio INSS. Por isso, estamos buscando um acordo a todo custo”, afirmou.
O concurso para contratação de 3 mil médicos, a jornada de 40 horas e o fim da terceirização em prazo de dois anos são os pontos da estruturação da carreira que foram mantidos. No entanto, o impasse quanto à remuneração pode levar a categoria a optar pela continuidade da paralisação.
Fonte: Agência Brasil