Nem de longe, os números divulgados pelo Comitê Organizador refletem, de todo, a grandiosidade de um evento como o 5º Fórum Social Mundial, cujo valor maior, nitidamente, não está nas quantias exorbitantes – um total de mais de 180 mil participantes, por exemplo – mas no conteúdo dos debates, das experiências, dos depoimentos, das propostas.
Em todo o caso, os números de 2005 são bastante expressivos: 6.588 organizações que desenvolveram 2.500 atividades nos quatro dias do maior encontro altermundista de que se tem notícia. Para o coordenador geral do evento, Jéferson Miola, “este foi o Fórum dos fóruns, um encontro superlativo, sobretudo por representar a vitalidade da esquerda mundial”.
Esta significação elevada pode ser representada ainda, mesmo que precariamente – afinal, são apenas estatísticas – por outros números: no Fórum Social de 2003, para a mesma Porto Alegre, acorreram 4.200 jornalistas. Este ano foram 6.823. Só no Acampamento da Juventude, a edição 2005 contou 35 mil pessoas. Para que se tenha uma idéia, são 10 mil pessoas a mais do que o total de participantes do primeiro Fórum, realizado em 2001 quando 25 mil pessoas estiveram na Capital dos gaúchos. Só a título de comparação, 2002 contou com 65 mil participantes, 2003 com 100 mil e 2004 com 85 mil.
E muito embora o eixo dedicado às questões culturais tenha deixado a desejar, na programação oficial do encontro aconteceram 130 shows, 115 projeções de filmes e vídeos e 96 exposições de artes. Legítimo território social mundial, o Fórum contou ainda com um batalhão de 2.800 voluntários e 2.500 trabalhadores da Economia Popular Solidária. Como bem manifestava o jovem norte-coreano Kim Il-Sung (batizado com este nome em homenagem ao “eterno” líder homônimo de seu país) na marcha de encerramento do 5º Fórum, “isto aqui é, sobretudo, uma esperança”.
Fonte: Agência Carta Maior (JOÃO MANOEL DE OLIVEIRA)